terça-feira, 29 de julho de 2008

Dríades 1


No mundo feérico, as árvores possuem um papel
fundamental. Consideradas moradas das fadas,
desde antiguidade lhes foi associado poderes
mágicos. Algumas possuem poderes mágicos por
si mesmos, como os carvalhos, tratados por
algumas culturas como semi-deuses, ou como
a macieira ou aveleira; em outras seu poder
procede da fada que habita nelas.

Entre as árvores, algumas tem tido um trato
especial entre distintas culturas. O carvalho,
provavelmente, seja o mais respeitado. Os
celtas o honravam como árvore sagrada, os
druidas lhes rendiam culto e para os gregos
era a guardiã de muitas de suas ninfas.
As fadas além de viver nele, usam seus
frutos como talismã.

O Freixo, o espinheiro, o sabugueiro, também
são protagonistas de muitas lendas. O espinheiro
é um arbusto muito visitado pelas fadas. Na
Irlanda são inúmeras as histórias que narram
os castigos infringidos pelas fadas por
havê-los cortado.

Se as árvores possuem poderes mágicos, entrelaçadas
formam uma proteção superior. O carvalho, o
espinheiro e o freixo formam uma combinação
sobrenatural. Em muitas culturas a árvore é
símbolo de perpétua evolução, já que se eleva
sempre em direção ao céu.

QUEM SÃO ELAS?

A palavra "dríade" vêm do latim drya-driadis,
ninfa do bosque para os romanos, que provêm
por sua vez da palavra grega "drys", que
significa árvore em grego. As Dríades seriam
então, as ninfas das florestas e das árvores.
Elas são os espíritos femininos da natureza,
tão conhecidas na Grécia e áreas circunvizinhas,
mas acredita-se que elas habitam todo o mundo.

Dependendo da árvore em que habitam as dríades
recebem distintos nomes. As que vivem nos freixos
são conhecidas como melíades. e as que vivem
nos carvalhos se conhece como dríopes. Sobre as
melíades se conta muitas histórias. Há quem diga
que os druidas faziam suas varinhas mágicas com
ramos de freixo, dada a magia de seu tronco.

A árvore e a ninfa que habita nele se associam
aos poderes curativos e protetores. O freixo
contribui com seu poder para que as crianças
sejam sadias e por isso se faziam berços da
madeira do freixo. Na Grécia dizia-se que as
melíades cuidavam das crianças abandonadas,
fazendo que todos os freixos unissem seus
galhos formando uma espécie de berço com seus
braços, no qual os pequenos dormiam refugiados.

Na Inglaterra se usava como proteção contra os
maus espíritos. As melíades possuem um enorme
amor pela árvore onde reside, por isso ela se
vingará de todo aquele que se atrever a queimar
qualquer galho de sua árvore, usando então a
lei "olho por olho". Queimar um freixo onde
habita uma melíade significa estar exposto
a que ela queime tua casa.

Parentes próximos das Dríades são: as Napaeae,
Auloníades, Hylaeorae e Alsaeides, viviam nos
bosques, ravinas, arvoredos e vales, enquanto
as Oreades pertenciam às montanhas e grutas.
As Hammadríades protegiam e cuidavam de árvores
individuais específicas. Parentes próximos das
Dríades eram também: as Náiades dos bosques,
as Crenae e Pegae dos regatos, a as Limnades
das águas paradas.

Por vezes essas ninfas viviam dentro das águas,
por vezes em grutas. Dizia-se que elas tinham
o dom da profecia e dos oráculos, curavam os
enfermos, cuidavam das flores e protegiam os
campos e os animais. A relação e os poderes de
todas as ninfas eram tão similares que suas tarefas
e áreas de influência eram constantemente
confundidas. Dríades das florestas e árvores,
por vezes cuidavam de lagos e riachos próximos.

Ninfas das águas protegiam os bosques circunvizinhos.
As Dríades se apresentavam com o corpo de árvore,
cabelos de folhas verdes e seios volumosos. Seus
olhos eram dourados e suas vozes eram muito
harmoniosas, como o rufar das folhas das árvores.
Adoravam a música e a dança. Devido serem jovens
e bonitas, eram constantemente cortejadas por Apolo.
Algumas delas, acompanhavam Ártemis em suas caçadas.

Determinadas árvores eram habitadas pelas
Hammadríades que não podiam sair de dentro delas.
Eram humanas só da cintura para cima, pois da
cintura para baixo, seu corpo fundia-se com
o da árvore, fazendo parte de suas raízes.
Elas permaneciam acorrentadas às árvores e
morriam quando elas morriam. Tais árvores
cresciam sempre em lugares remotos, onde
raramente um homem pudesse encontrá-las.

Elas falam várias línguas e sua grande inteligência
permite se comunicar com quase todos os seres
dos bosques. Para que possamos ver uma delas,
devemos prestar a maior atenção na natureza e
nos fixarmos em cada detalhe. Se escutarmos um
leve murmúrio que parece uma melodiosa voz,
provavelmente próxima de nós se encontra uma Dríade.


ENTRE OS CELTAS

Dríades eram conhecidas em todas as regiões
celtas. Os celtas acreditavam que fossem espíritos
que habitavam as árvores, em especial os carvalhos.
Os druidas as contatavam para obter inspiração.
Bolotas de carvalho eram conhecidas como "Ovos
de Serpente" e utilizadas em encantamentos.

A vida de algumas destas pequenas ninfas, como
já falamos, estava sempre ligada à árvore onde
haviam nascido, a qual cuidam durante toda a sua
vida e morriam se ela morresse. A maioria dos
humanos pensa equivocadamente que nada acontece
ao se talhar um árvore, arrancar-lhe folhas,
queimá-la ou cortá-la. Mas se cortarmos uma
árvore em que habita uma Hammadríade, agora
sabemos que estamos matando-a. Contam os druidas,
que quando um carvalho era cortado, soltava gritos
e gemidos de dor que podiam ser ouvidos a mais
de um quilômetro de distância. Observações
semelhantes já foram registradas em outras
partes do mundo.

ENTRE OS GREGOS

Os deuses da mitologia grega protegiam estes
seres pequenos, para que nada se atrevesse a
matá-las, castigando fortemente todo aquele que
destruísse as árvores. Deste modo, aprenderam
os gregos a respeitar a natureza.

Os gregos e os romanos tomavam muito cuidado
para não contrariar as ninfas. Grutas, riachos
e toda a área florestada eram tratados com respeito,
pois nunca se sabia se a ninfa daquela área
se ofenderia. As ninfas eram as companheiras
e Fauno e Pã, os quais eram capazes de instigar
o pânico e o horror sobrenaturais em qualquer
agressor. Nossa palavra "pânico" vem da
habilidade de Pã em incitar o pânico.

Na história religiosa o culto das árvores
teve um papel importante. Nada podia ser mais
natural, pois, no alvorecer da história, a
Europa estava coberta de imensas florestas
primevas, onde as clareiras esparsas devem
ter parecido pequenas ilhas em um oceano verde.

As Dríades seriam reminiscências da era
matrilinear, cuja divindade primordial era a
Terra-Mãe, enquanto a mulher seria a figura
religiosa central. Nesse caso, as ninfas,
divindades secundárias, poderiam ser consideradas
uma extensão da própria energia telúrica, a
saber, divindades menores que representam
Gáia, a grande Mãe Terra em sua união com
a água, elemento úmido e fecundante.

Tudo leva a crer que sim, pois, da união desses
dois elementos, terra e água, surge a força
geradora que preside à reprodução e à fecundidade
da natureza tanto animal quanto vegetal. Desse
modo, as ninfas são a própria Gaia em suas
múltiplas facetas, enquanto matriz de todos
os seres e coisas, enquanto grande Deusa,
cujas energias nunca se esgotam. Por tudo
isso só podiam ser divindades femininas da
eterna juventude.

PARA CAPTURAR UMA DRÍADE

Plante uma pequena árvore sem seu jardim em
um lugar secreto e especial. Quando ela se
fixar no solo e começar a crescer, a dríade nasce.
Conheça a personalidade e o aspecto de dríade
visitando a árvore regularmente.

Abraçar a uma árvore é o mesmo que abraçar a
uma dríade, e a energia e a paz que você poderá
obter através desse ato tão simples vale a pena
por maior que seja a insegurança que possa
você sentir inicialmente.

Quando a árvore entrar em decadência e morrer,
a dríade passará ao Outro Mundo, enquanto que
os restos da madeira voltarão ao bem-estar
e a paz da terra. Ame a sua dríade e sua
dríade amará você!
cont...

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